domingo, 12 de maio de 2013

O Diabo - The Devil


O pior diabo que temos que encarar é nós mesmos. No tarô, o diabo não é Satã, mas a figura de Pan ou Dionísio, deuses do prazer e do abandono, do comportamento louco e dos desejos desenfreados. 

Sabemos que o acanhamento é um obstáculo para o desenvolvimento e essa carta nos aponta para duas atitudes que podemos ter na vida: 1) Dançar com Baco para ganhar flexibilidade e controle; ou 2) Ser como Baco e se tornar um sujeito manipulador.

Qualquer que seja a escolha, ela requer honestidade consigo próprio: o que você deseja? O que lhe satisfaz? O que o escraviza? O que o faz sentir poderoso? O que lhe impulsiona? Evidente que a sua escolha traduzirá suas ambições, seus comprometimentos e seus recursos.

A diferença entre centramento e descentramento pessoal pode ser vista no uso que uma pessoa faz do poder que possui: ele não precisa ser grande para manifestar o desejo de manipulação da pessoa. São muitos os pequenos tiranos que encontramos, especialmente no local de trabalho. Na vida sentimental, eles aparecem nas relações de ciúmes excessivo e de codependência, por exemplo, onde uma alma se sujeita à outra porque uma delas não consegue aceitar que, apesar de estarem juntas, a solidão é a posse mais preciosa que se pode ter.

Desconfio de qualquer ascetismo. Ter controle e certo poder sobre si é positivo. Mas a distorção do mau poder é uma evidência da falta da sofisticada capacidade de a pessoa estar só e, portanto, mostra descentramento pessoal. Vícios, o mau sexo e as drogas são só manifestações disso. Em resumo, é necessário um trabalho para a pessoa reconhecer a sua real necessidade e então mudar. Esse trabalho acontece, muitas vezes, na psicoterapia que, ao invés de tratar esses desvios como tentações, dá a eles o status de oportunidades para a pessoa mudar e evoluir.


-x-o-x-

The worst devil to be faced is ourselves. In the tarot cards, the devil is not Satan but the figure of Pan or Dionisius, gods of the pleasure and of the abandonment, of the wild behavior and of the unleashed desires.

We know that the withdrawal is an obstacle for growth and that this card can show us two attitudes one can we in life: 1) to dance with Baccus in order to gain flexibility and control; or 2) to be like Baccus and to become manipulador.

No matter of which choice is taken, it requires from the person honesty with himself/herself: what is your desire? what is gratifying for you? what enslaves you?  what makes you feel powerful? Evidently that your choice will come across what your ambitions, commitments and resources are.

The difference between self-centerness and the lack of it can be seen in the manners one handles the power he/she has: it is not required from the power to be big to manifest the desire for manipulation of someone. There are many little tyrans in our ways, especially in work site. In the sentimental life, they appear in the relations based on excessive jealousy and codependence, for example, where the soul of one is submitted to the other person's because one of them cannot take the fact that, despite being together, the loneliness is the most worthy possession one has.

Personally I suspect of all sorts asceticism. To gain control and some level of personal power is positive. But the distortion of the bad power is an evidence of the sophisticated ability of being lonely and, therefore, it reveals lack of a self center. Vices, the bad sex and the drugs are only manifestation of this. That is, it is necessary someone to recognize his/her real needs and then to change.   This work happens many times in one psychotherapy that, other than taking this as deviations or temptations, take these symptoms as opportunities for the person to change and to evolve.

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