quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A Roda da Fortuna


No tarô, a Roda da Fortuna ou o Ciclo da Boa e da Má Sortes, nos aponta para aquilo que recebemos e aquilo que nos é tirado. O interesse em representar esse movimento da vida pode ter surgido da constatação de somos, vez por outra, atravessados por acontecimentos bons e ruins e de que podemos perder a certeza sobre as coisas. Até quando essa preocupação é normal?
Algumas pessoas podem estar mais conscientes quanto aos reveses da vida do que outras. Isso varia de grau e de pessoa. Podemos observar, contudo, casos especiais em que a pessoa vivencia que quase tudo é insustentável, incerto e volátil. Isso a deixa constantemente vigilante e mentalmente ativa no sentido de evitar desabamentos. Sofre bastante com a incerteza sobre muitas coisas: relacionamentos, finanças, vida amorosa, espiritualidade, etc. Em razão disso, ela busca incessante e arduamente meios psicológicos para garantir que tudo possa continuar bem ou, pelo menos, igual: sente desconfiança, quer exercer o controle sobre os outros, sofre de precaução excessiva. Pode usar, inclusive, de meios mágicos de reasseguramento - amuletos, talismãs, rituais, orações, etc. - para depois voltar ao ponto inicial no qual o sentimento de risco ainda persiste e nenhum efeito assegurador pode ser experienciado.
Muitas vezes, tal sentimento perturbador de inquietude constante pode ter como causas, vivências pessoais muito antigas; ao ponto de a pessoa não as conseguir reconhecer por elas fazerem parte de um modo de ser com o qual ela ficou tão habituada que nem mais consegue identificar. Outras vezes, essa perturbação começou a menos tempo sendo, portanto, mais facilmente reconhecida mas, nem por isso menos controlável. Em outras palavras, nesse caso  um evento fortuito e atravessador da vida “pegou carona” em uma sensação mais antiga de desabamento que estava, até então, desativada.
Um tipo da psicanálise ajudaria muito. Se conhecer alguém que pode se beneficiar dela, oriente que a busque.
Miguel A. de Mello Silva CRP 06/37737-2 psicmello@gmail.com

Um Novo Começo


Já não bastasse a habitual pressão interna quanto ao fim do ano, o mês passado incluiu a pressão de estar beirando um fim maior. Mas não é o final das coisa que eu vou abordar: quero falar de inícios verdadeiros.
Para muitas pessoas, Janeiro é o momento de re-listar, para resolver, aquilo que vem sendo adiado há anos: apareceu tantas vezes, até foram feitas tentativas de resolvê-lo... mas, por que será então que, como um fantasma, ele torna a incomodar?
Contrariando a pretensa autossuficiência, Maya Angelou escreveu: uma pessoa nua não pode lhe oferecer uma camisa. Isso vale para ambos os lados, certas mudanças requerem a ajuda de outros e é preciso aceitarmos esse fato.
Em algum momento da vida, sentimos que a chama interna se apagou. Mas ela é reacesa no encontro com outro humano. Sair da ilusão de suficiência e aceitar auxilio, já é um novo começo: é um reposicionamento esperançoso de alguém que não precisa tentar fazer a jornada solitário e pode caminhar junto, com a ajuda de outro.
A ajuda psicanalítica, contrário de conter uma relação negativamente dependente, é um processo que enseja sinceridade e reunião de força de vontade, suficientes para tornar alguém verdadeiramente independente. E isto acontece baseado em uma confiança que se desenvolve ao tempo certo.
Nesse sentido, contabilizar os fracassos, buscar ajuda psicanalítica e experimentar como é bom poder confiar em alguém, representa começar um processo de amadurecimento pessoal maior que nunca terá fim.

Miguel A. de Mello Silva CRP 06/37737-2 psicmello@gmail.com

Fim e Começo


21 de Dezembro de 2012: Fim e Começo
A data de 21 de Dezembro está perto e junto a expectativa de grande mudança. Como transcender sem olhar para si, para os sentimentos, sem ser capaz de interagir com o mundo externo sem perder o sentido do que é  pessoal? A pessoal verdadeiramente iluminada transformou a si própria antes de partir para entregar mensagens aos outros. É preciso coerência entre o que pensa, o que se diz e o que se é. Isto é o interesse de uma psicanálise integral.
Bom seria se 21 de Dezembro deveria fosse o fim, o fim das imitações, do escapismo místico e do discurso externo ao sujeito que espera um grande avanço vindo de fora, vindo do Universo. Seria melhor se fossem atrás de um novo começo: o de se integrar, se pessoalizar, ser capaz de contatar o céu sem perder a conexão com a terra e consigo próprio. A psiquê é a instância humana que conecta tudo o que é preciso para isso e não há verdadeira espiritualidade sem que ela esteja envolvida e impulsionada no sentido de evoluir.
Portanto, não existe avanço humanitário real sem avanço psíquico, relacional e ético. Como pode um iluminado ser um assassino no volante, um tirano com o garçom e alguém que faz outros infelizes? A verdadeira espiritualidade é silenciosa e sem salamaleques porque o salto da consciência coletiva só se concretiza na consciência individual; e, na individualidade psíquica não existem saltos, mas a busca sincera de um encontro consigo próprio. Esta é a contribuição da psicanálise para uma nova era.
Miguel A. de Mello Silva CRP 06/37737-2 psicmello@gmail.com

Coaching


A maior parte das dispensas e insucessos no trabalho são por motivo de comportamental. As pessoas possuem traços de personalidade que elas mesmas e as pessoas próximas já conhecem. Elas também podem ter certos traços que são um segredo pessoal. Até aqui tudo bem.
O problema surge quando os outros veem nela algo que ela mesma não enxerga ou quando certas motivações existem sem o conhecimento dos outros e nem da própria pessoa. Nesses casos, a pessoa pode procurar ajuda psicológica porque 1) se sente estranha b) porque adoeceu fisicamente c) porque suas relações de trabalho se ficaram tensas ao ponto de terem se tornado improdutivas e estarem a ponto de perder o emprego.
Como psicólogo, já me deparei com todas essas situações e é gratificante perceber como o coaching pessoal serviu de janela para acessar a alma e ajudar a pessoa a explorar novas possibilidades indo do aconselhamento sobre caracteristicas pessoais e se desdobrando para aspectos mais pessoais, abrindo a janela para novos vislumbres da alma.
No coaching pessoal, o que inicialmente parecia ser uma questão circunscrita ao trabalho, pode se mostrar como algo que pertence a outros sistemas: da relação consigo própria, familiar, social e até mesmo espiritual. Nesses casos o que, a princípio, parecia ser um problema de maior monta, com o coaching, se converte em uma oportunidade de mudança ampla para alguém que, agora, abriu uma janela voltada para a sua alma e pode ser e fazer diferente.
Miguel A. de Mello Silva CRP 06/37737-2 psicmello@gmail.com