Algumas pessoas podem estar mais conscientes quanto aos
reveses da vida do que outras. Isso varia de grau e de pessoa. Podemos observar,
contudo, casos especiais em que a pessoa vivencia que quase tudo é
insustentável, incerto e volátil. Isso a deixa constantemente vigilante e mentalmente ativa no sentido de evitar desabamentos. Sofre bastante com a incerteza sobre muitas coisas: relacionamentos, finanças, vida amorosa, espiritualidade, etc.
Em razão disso, ela busca incessante e arduamente meios psicológicos para garantir
que tudo possa continuar bem ou, pelo menos, igual: sente desconfiança, quer exercer o controle sobre os outros, sofre de precaução excessiva. Pode usar, inclusive, de meios mágicos de reasseguramento - amuletos,
talismãs, rituais, orações, etc. - para depois voltar ao ponto inicial no qual o sentimento de risco ainda persiste e nenhum efeito assegurador pode ser
experienciado.
Muitas vezes, tal sentimento perturbador de inquietude constante pode ter como causas, vivências pessoais muito antigas; ao ponto de a pessoa não as
conseguir reconhecer por elas fazerem parte de um modo de ser com o qual ela ficou tão habituada que nem mais consegue identificar. Outras vezes, essa
perturbação começou a menos tempo sendo, portanto, mais facilmente reconhecida mas, nem por isso menos controlável. Em outras palavras, nesse caso um evento fortuito e atravessador da vida “pegou carona”
em uma sensação mais antiga de desabamento que estava, até então, desativada.
Um tipo da psicanálise ajudaria muito. Se conhecer
alguém que pode se beneficiar dela, oriente que a busque.
Miguel
A. de Mello Silva CRP 06/37737-2 psicmello@gmail.com
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