Já não bastasse a habitual pressão interna quanto ao fim
do ano, o mês passado incluiu a pressão de estar beirando um fim maior. Mas não
é o final das coisa que eu vou abordar: quero falar de inícios verdadeiros.
Para muitas pessoas, Janeiro é o momento de re-listar,
para resolver, aquilo que vem sendo adiado há anos: apareceu tantas vezes, até
foram feitas tentativas de resolvê-lo... mas, por que será então que, como um
fantasma, ele torna a incomodar?
Contrariando a pretensa autossuficiência, Maya Angelou
escreveu: uma pessoa nua não pode lhe oferecer uma camisa. Isso vale para ambos
os lados, certas mudanças requerem a ajuda de outros e é preciso aceitarmos esse
fato.
Em algum momento da vida, sentimos que a chama interna
se apagou. Mas ela é reacesa no encontro com outro humano. Sair da ilusão de
suficiência e aceitar auxilio, já é um novo começo: é um reposicionamento esperançoso
de alguém que não precisa tentar fazer a jornada solitário e pode caminhar junto,
com a ajuda de outro.
A ajuda psicanalítica, contrário de conter uma relação
negativamente dependente, é um processo que enseja sinceridade e reunião de força
de vontade, suficientes para tornar alguém verdadeiramente
independente. E isto acontece baseado em uma confiança que se desenvolve ao
tempo certo.
Nesse sentido, contabilizar os fracassos, buscar ajuda
psicanalítica e experimentar como é bom poder confiar em alguém, representa começar
um processo de amadurecimento pessoal maior que nunca terá fim.
Miguel A. de Mello Silva CRP 06/37737-2 psicmello@gmail.com
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